CARNE SECA NA FRIGIDEIRA
No expressar de nobres sentimentos Como vento que sopra na imensidão Encontrando em cada argumento Fortes elementos para reflexão Andorinhas revoando no tempo No intenso pulsar de cada estação São como umbuzeiros no sertão Oferecendo a sombra sagrada Mesmo com o calor de cada verão Resiste nas terras mais castigadas Como intenso recitar de uma oração Recordando a força de longas jornadas No trabalhar nos campos e roçados Compreendendo o mandacaru ao florescer O trabalho por São João é abençoado Intensas devoções que não podem morrer Na lida constante do sertanejo com o gado Nas crenças e romarias que sabem reconhecer No decorar do andor do Sagrado Coração A fita do Apostolado sendo a fortaleza No intenso conduzir de uma procissão Louvores eram cantados com sutileza A bandeira como símbolo da tradição O forte caminhar com grande nobreza No recordar da história dos retirantes Que fugiam da seca a cada verão Pensamentos que eram perseverantes Buscando na esperança, a direção Pelos grandes sertões como viajantes Com bênçãos de Padre Cícero Romão É o sertão em sua história As raízes de uma saudade Registros de uma memória No valor da integridade O cordel como dedicatória Nos caminhos da poeticidade No milho ralado a cada amanhecer No leite ordenhado por cada vaqueira No fogão de lenha ao acender No cuscuz que enchia a cuscuzeira No café quentinho para oferecer E na carne seca na frigideira No cantar dos passarinhos No alvorecer de cada dia No agradecer de um menino Com pai nosso e ave maria Recordar do singelo carinho Raízes sinceras de uma poesia OBSERVAÇÃO: A pintura é do artista plástico mineiro Rui de Paula. Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 20/06/2020
Alterado em 20/06/2020 Copyright © 2020. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |