FLORES DO CAROÁ
Como as flores do Caroá
Das serras de um sertão
Intensos campos do versejar
Como semente do algodão
Com a essência de um olhar
Nas campinas da inspiração
São folhetos de um cordel
Vivências de terras queridas
Brilhando como estrelas no céu
Fragmentos sinceros de uma vida
Desenhos num singelo papel
E orações ao ser reconhecidas
Ao amanhecer do dia fazer a ordenha
A palha de milho é entregue ao gado
Juntando gravetos para o feixe de lenha
O cuscuz de milho sendo ralado
Lições do sertão que se desenha
Café da manhã sendo abençoado
Ovos de galinha sendo recolhidos
Guinés e perus naquele quintal
O umbuzeiro sendo protegido
Recordações e zelo ambiental
Um cenário sendo favorecido
Origem sertaneja tradicional
Enxada nas costas para o roçado
A horta na beira daquele barreiro
Por Padre Cícero sendo abençoado
Promessas e orações para Juazeiro
Chuva na terra e pasto para o gado
Milho e feijão para o ano inteiro
São nuances de recordação
Preciosos valores de intensas memórias
Confirmados no calor de cada sertão
Na força expressa em cada história
Mandacaru florescendo na imensidão
Registros marcados de uma trajetória
Panela de barro artesanal
Com o carinho de um sertão
A pitombeira lá no quintal
Fogões de lenha e de carvão
A cuscuzeira a representar
Trabalho feito com dedicação
Diversos potes e frigideiras
Artesanato guardado no coração
Lembrados na sombra da catingueira
E patenteados com a emoção
Na força de cada trabalhadeira
No recordar da compreensão
Foram como andorinhas no verão
Raízes sertanejas a se preservar
Histórias protegidas com o coração
Com a resistência e a força do gravatá
A poesia mais linda numa oração
Vivências que nunca irão se apagar
OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico mineiro Rui de Paula.
Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 25/07/2020
Alterado em 03/03/2024