FRAGMENTOS POÉTICOS
Valorizando o fruto da terra
Recordando das romarias
Olhando para o alto das serras
Tendo nos versos, a companhia
Em cada estrofe que se encerra
O sentido mais pleno da poesia
Do barro fizeram o artesanato
Da agricultura, a subsistência
O plantio sendo abençoado
No pulsar de cada vivência
Nas lavouras e em cada roçado
O sertão sendo a referência
A boneca de pano era a sutileza
Terna expressão da simplicidade
Os retalhos compondo a delicadeza
Encontrando o valor da criatividade
Cenário sublime de grande nobreza
Fragmentos preservados de serenidade
Com o cantar dos passarinhos
Anunciando cada amanhecer
Como mensagem em pergaminho
Num ambiente para reconhecer
Com palavras e muito carinho
Eram expressas num escrever
As flores do campo como enfeite
Tinha o doce de caju para oferecer
E a cocada de coco com leite
O doce de jerimum para conhecer
O de mamão com coco era puro deleite
Fragmentos poéticos de um conviver
O umbuzeiro começava a florescer
A árvore sagrada dos vastos sertões
A caatinga podendo reconhecer
Horizontes repletos de conotações
As chuvas começando a engradecer
Campos e campinas em poetizações
São fragmentos poéticos de saudades
Fundamentadas na fé e na oração
Percorrendo os campos da poeticidade
Patenteados com alma e a gratidão
Demonstrando com singularidade
Poesia é linguagem do coração
OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico mineiro Rui de Paula.
Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 08/08/2020
Alterado em 03/03/2024